Um dia no Pico

David Borges
#Let's go out
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O Pico é terra de montanha, de baleias, de grutas, de vinhas, de vinho e de muita natureza intacta que pode ser vivenciada numa imensa rede de trilhos e sentida em paisagens de cortar a respiração.

O Pico é, também, uma ilha de gente afável que sabe e gosta de receber e partilhar. Por isso, não se espante se for convidado para se sentar à mesa e provar uma bebida típica numa das imensas ‘adegas’ (casas de veraneio) espalhadas um pouco por toda a ilha.

Em opção à inesquecível escalada ao topo da montanha, o ponto mais alto de Portugal, pode começar o dia no centro da vila baleeira das Lajes e aventurar-se numa experiência de fortes emoções para observação de cetáceos. 

A viagem de duas a três horas vai permitir aproximar-se de baleias e golfinhos de várias espécies e tamanhos. 

Os cachalotes são as que surgem em maior número, mas pode encontrar uma baleia de bossas, uma baleia comum ou uma sardinheira. 

Se estiver em maré de sorte ainda corre o risco de conhecer de perto o maior mamífero dos oceanos, a baleia azul.

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Ao regressar a terra, pode completar a aventura baleeira com uma visita ao Museu dos Baleeiros, o mais visitado dos Açores e o único em Portugal especializado na baleação artesanal, estacional e costeira, que nos faz recuar ao tempo da heroica saga da caça à baleia. 

Após o almoço atravesse a ilha pela Estrada Transversal rumo a São Roque e se ainda estiver interessado em aprofundar o conhecimento sobre a temática baleeira, vai encontrar a antiga Fábrica da Baleia Armações Baleeiras Reunidas, Lda, hoje transformada em Museu da Indústria, com muitas histórias sobre o desmanche, a produção e a comercialização de derivados.

Já que está a norte, aproveite para conhecer o Lajido de Santa Luzia. Ali vai descobrir um vasto património edificado de vinhas, casas solarengas, adegas, rilheiras e poços de maré, associado à época áurea da produção da vinha e exportação do famoso vinho do Pico. 

Todo esse património modelado pelo Homem ao longo de séculos foi classificado em 2004 pela UNESCO, sendo um testemunho vivo de uma atividade outrora muito ativa e que hoje começa a ganhar nova vida com a reabilitação de inúmeras vinhas abandonadas.

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No Lajido pode visitar a Casa dos Vulcões, que permite conhecer e compreender melhor o vulcanismo açoriano no simulador de sismos e viajar ao centro da Terra na cápsula sensorial.

Se prosseguir viagem até à Madalena, não deixe de entrar no Museu do Vinho para conhecer a antiga casa conventual dos Frades Carmelitas e as histórias que tem para contar, bem como a secular colónia de dragoeiros, uma das maiores existentes no mundo.

Pelo pôr do sol dirija-se ao núcleo da vinha da UNESCO do Lajido da Criação Velha, onde pode percorrer trilhos, canadas e apreciar um gigantesco rendilhado de currais de pedra negra edificados pelo Homem, com a altura ideal para proteger a vinha da maresia e deixar entrar o sol necessário para a maturação das uvas.

Um pouco por toda a ilha vai encontrar locais de fácil acesso para mergulho e relaxar no Oceano Atlântico, tanto nas poças no meio das pedras vulcânicas ou diretamente no mar.

Aproveite ainda para provar a gastronomia num dos muitos restaurantes à sua escolha, acompanhado por vinhos locais, de preferência brancos, que se caraterizam pela sua salinidade, acidez e sabores frutados.

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