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Estes são os 9 projetos selecionados na segunda edição do Mão em Mão

A segunda edição do programa de microfinanciamento de projetos Mão em Mão recebeu 35 submissões, das quais cinco foram excluídas por não cumprirem o regulamento. Esta iniciativa, promovida pela candidatura de Ponta Delgada – Azores 2027 em parceria com a Cresaçor – Cooperativa Regional de Economia Solidária, apoia em 1.500 euros a concretização de ideias inspiradoras para as comunidades locais.
Em 2021, foram selecionadas 9 propostas oriundas de São Miguel, Faial, Terceira, Corvo e Holanda. Este ano há novamente projetos que vêm de São Miguel, Terceira, Faial e Corvo, bem como do Pico e da Graciosa, mas há iniciativas que chegam a todas as ilhas dos Açores.
O júri, composto pela gestora de projetos de Ponta Delgada – Azores 2027 Diana Diegues, por Rosa Simas, em representação da Comissão de Honra da candidatura, e por Eva Frias, pelo Conselho Consultivo, escolheu as seguintes propostas:

  • MUSAzores, de António Braga, "visa potenciar o uso sustentável e socialmente inclusivo de um recurso importante para os Açores – a bananeira regional, espécie Musa Acuminata". Esta iniciativa acontecerá em São Miguel e prevê a elaboração de peças artesanais através deste recurso. Toda a ação é assente num processo de investigação e registo, que dará origem a um livro.
  • A editora micaelense Backpocket quer responder à questão "O que há nestas ilhas?" com a criação de uma micro ludoteca. Trata-se de um "recurso lúdico e didático, itinerante e portátil, dirigido às crianças, entre os 3 e os 12 anos, que vivem nas 9 ilhas dos Açores". Serão criados quatro jogos de grupo, adequados a diferentes faixas etárias, relacionados com os temas alimentação, ofícios e Naturalia, tratados por Gaspar Frutuoso na obra "As Saudades da Terra".
  • O argentino Claudio Hochman apresenta "Máscaras, Música e Movimento", um "pequeno espetáculo itinerante a partir de músicas tradicionais das ilhas dos Açores, onde os intérpretes utilizarão diferentes tipos de máscaras". Para a criação do espetáculo, será promovida uma convocatória aberta, "para pessoas de todas as idades, com ou sem experiência". Este projeto faz parte da ação de recuperação do Cine-Teatro Açor das Capelas, em São Miguel, e conta com o apoio da Junta de Freguesia de Capelas, da Cooperativa Kairós e da Norte Crescente. Colabora também o Grupo Musical Belaurora, de Capelas.
  • Audiogramas - ilhas à escuta e suas zoeiras é a proposta de Gustavo Fernandes, que pretende "compilar um arquivo sonoro informal inicialmente de duas ilhas dos Açores" – Corvo e Faial. Para além da recolha de sons realizada pelo proponente, é lançado o convite à "entrega voluntária de recolhas sonoras efetuadas por participantes dessas e das restantes ilhas". O objetivo é fazer um levantamento de sons de origem natural ou produzidos pelas atividades humanas, que serão depois partilhados numa página online.
  • "Uma publicação que pretende dar origem a uma exposição que revele açorianos e açorianas que assumem as suas diferenças e especificidades, mostrando uma sociedade composta por pessoas que frequentemente não estão representadas, mas que podem ser o motor da valorização da diversidade". É este o mote de Impróprias e Invisíveis, a proposta de Joana Amen. A publicação, que dará origem a uma mostra durante a Imprópria – Mostra de Cinema de Igualdade de Género de 2023, vai reunir "9 histórias de vida pautadas pela ousadia e auto-afirmação".
  • Azores Old and New, de Kathleen Moura, consiste na recolha de histórias dos mais antigos e mais recentes habitantes de cada uma das ilhas dos Açores, revelando as diferentes percepções arquipelágicas daqueles que sempre conheceram esta terra e dos que estão agora a vivê-la com novos olhos. Aqui, velho e novo são “definições flexíveis – velho pode significar o residente mais velho, mas também alguém de uma das famílias mais antigas da ilha, que vive numa das casas mais antigas ou que gere o festival mais antigo. Novo pode ser a última pessoa a aterrar, uma parteira que ajuda mães a dar à luz a nova geração destas ilhas remotas ou um agricultor que experimenta novos métodos sustentáveis". As histórias serão partilhadas num website e poderão vir a ser editadas.
  • Mariana Costa e Silva quer desenvolver FAZ com as tuas mãos, uma série de formações rápidas de construção de mobiliário para principiantes, que acontecem na Terceira. "O design é a chave para integrar funcionalidades e ergonomia num método construtivo que usa materiais comuns como madeira ou paletes, com ferramentas básicas como o martelo e o serrote" para construir peças de mobiliário. A designer quer identificar "um espaço de usufruto coletivo que, por via da instalação de equipamentos, crie novas dinâmicas de socialização".
  • Na zona de Santana, no Pico, será desenvolvido um cineclube temporário com sessões semanais durante o mês de novembro. Esta iniciativa da Miragem Anónima – Associação Cultural quer "ativar zonas da ilha com sessões de cinema em lugares inusitados, aproximando-se assim das populações de forma horizontal". Com estas sessões pretende combater a sazonalidade da oferta cultural na ilha. "Os programas são pensados para os lugares específicos" em que ocorrem e "para as paisagens e comunidades que os enformam, não sendo nunca programas genéricos para um 'público' abstrato". Santana destaca-se por acolher uma comunidade de várias gerações de cabo-verdianos e seus descendentes, e a programação refletirá isso, com questões ligadas ao imaginário coletivo da região da Macaronésia.
  • Azores – My Virtual Tour é uma experiência 3D criada por Sonia de Kaenel que quer dar acesso a sítios de relevância cultural de difícil acesso a algumas partes da população, como crianças ou idosos, como é o caso da Furna do Enxofre, na Graciosa. "Esta experiência imersiva torna possível representar um espaço real em realidade virtual" e tem o objetivo de mostrar a importância de preservar reservas naturais protegidas e outros ambientes ameaçados.